Encontro estadual discute pauta de reivindicações, bandeiras de luta e conjuntura política para os trabalhadores

Reunidos no Encontro Estadual, realizado em Osasco, no último dia 15, os servidores do Tribunal de Justiça de São Paulo, definiram a pauta de reivindicações e bandeiras de luta da Campanha Salarial 2020.
A abertura do evento contou com a fala dos representantes das entidades dos servidores. Representando a AASPSI Brasil, a diretora Fátima Zanoni Mastelini, destacou a necessidade de mobilização e união neste momento de desmonte e aniquilamento que o país atravessa. “É imprescindível em um momento como este que nos unamos muito mais na luta, provando que não somos os parasitas deste país e que não desistimos dos nossos direitos”, expôs. Quanto aos itens específicos dos assistentes sociais e psicólogos presentes na pauta de reivindicações, Fátima destacou a necessidade urgente de o Tribunal nomear os aprovados nos últimos concursos, que vencem em março. “Muitos profissionais estão se aposentando e não estão sendo repostos. O concurso está prestes a vencer. Os assistentes sociais e psicólogos são chamados para trabalhar em diversas comarcas distantes e a situação é muito grave”, completou.
A Reforma Administrativa e a atual conjuntura
Que a atual conjuntura não está fácil para os trabalhadores, em especial os servidores públicos, não é novidade. Mas, a situação vai piorar com a iminência de uma Reforma Administrativa. Essa foi a tônica da palestra do convidado deste ano, Antonio Augusto de Queiroz, jornalista, analista político e diretor do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).
“O ambiente político em que nos encontramos talvez seja o momento de conjuntura mais adversa aos trabalhadores, aos servidores públicos e àqueles que dependem da prestação do estado”, acredita o especialista. Para ele, as reformas feitas nos últimos anos foram muito piores do que as anteriores. De acordo com sua análise, governos anteriores realizaram reformas visando o ajuste fiscal, mas não atacavam tão diretamente os direitos dos trabalhadores como as reformas atuais. “A lógica agora é outra e a prova disso é a fala do ministro chamando servidores públicos de parasitas”, expôs. “A lógica dessa ofensiva é a desregulamentação de direitos, a regulamentação de obrigações e a privatização dos serviços públicos”, completou.
O palestrante complementou que a agenda do governo Bolsonaro para os próximos anos tem como meta aprofundar o ajuste liberal e fiscal e reduzir o estado de bem-estar social. As principais medidas a serem tomadas neste sentido serão: o desmonte do estado; a desorganização administrativa; a fragilização do serviço público; a quebra de isonomia; a priorização da dívida pública e despesas financeiras e o aprofundamento da rigidez do teto de gasto. Já no mundo trabalhista, teremos o desmonte do mercado de trabalho e dos direitos trabalhistas, ou seja, vai aumentar a precarização e a informalidade.
Toninho do Diap, como é conhecido, disponibilizou um resumo da sua palestra para quem quiser se aprofundar no tema: Veja aqui
Campanha salarial 2020
Após a importante análise de conjuntura do palestrante, a plenária do encontro passou para a discussão da longa pauta de reivindicações da categoria, definição das bandeiras de luta e calendário da Campanha Salarial 2020.
A pauta de reivindicações será apresentada na assembleia-geral da categoria, que ficou marcada para o dia 18 de março, às 12 horas, na Praça João Mendes.
Veja a pré-pauta aqui
Calendário de lutas:
– 08/3 (domingo), Dia Internacional da Mulher, Ato Unificado na Avenida Paulista (SP);
– 18/3 (quarta), Assembleia Estadual dos Judiciários, 12h30, na Pça. João Mendes (SP);
– 18/3 (quarta), Ato Unificado no Dia Nacional de Mobilizações e Paralisações pelo Serviço Público, Centrais e Entidades Sindicais, 16 horas, Av. Paulista (SP);
– 1/4 (quarta), atos e reuniões nos Fóruns;
-1/5, Manifestações e Atos do Dia Internacional dos Trabalhadores, convocação unitária das Centrais;
– Ações na Alesp contra a Reforma da Previdência, acompanhar os andamentos às terças, preparação de atos, manifestações e ocupações unificadas.