Entidades reforçaram a necessidade de tratar dos demais itens da pauta prioritária

O Tribunal de Justiça de São Paulo realizou mais uma reunião com as entidades representativas das/os servidoras/es na tarde desta quinta-feira (09/05). A AASPSI Brasil participou representada pela secretária-geral, a psicóloga, Fernanda Copelli. No entanto, a reunião foi para tratar de apenas um item da pauta de reivindicações prioritárias: o reajuste do auxílio-transporte.
O diálogo ocorreu de forma virtual e teve por objetivo a apresentação do novo texto que possibilite a revisão do pagamento por decisão direta da Presidência do Órgão. A nova redação deve ser submetida ao Órgão Especial na próxima quarta-feira (15/05). No entanto, o TJ ainda não informou qual será o valor pago às/aos servidoras/es. Até o momento, o Tribunal tem como referência o valor do transporte público da capital. No entanto, diversas cidades apresentam valores mais altos. A ideia é chegar em um valor mais justo para toda a categoria.
Embora o ponto da reunião fosse único, em suas manifestações, as/os representantes das entidades reforçaram os demais pleitos e a necessidade de continuidade da mesa de negociação.
Fernanda pontuou a predisposição da atual gestão em abrir o diálogo. “Com algumas atitudes que a atual gestão já vem tomando há um indicativo, um sinal de que talvez se conduza, neste momento, a administração dessa casa com maior respeito às/aos servidoras/es”. Mas lembrou que ainda falta muito para mudar de fato a cultura enraizada de desrespeito aos direitos da categoria e a diferença de tratamento entre magistradas/os e servidoras/es. “Tendo em vista uma situação estrutural e crônica na história dessa casa, de injustiça e de desrespeito aos nossos direitos, essas iniciativas já tomadas pela atual gestão se tornam apenas isso: um sinal. Porque elas ainda não alteram essa situação de desrespeito a que nós estamos submetidos há muitas gestões.”
Nossa diretora lembrou a dividida de quase 30% que o TJ tem acumulado com a categoria e como isso corrói os salários e o poder de compra das/os trabalhadoras/es. Quanto ao auxilio-saúde, o órgão deveria respeitar critérios igualitários entre magistratura e servidores. A majoração efetuada por esta gestão está muito longe do teto estipulado pelo CNJ.
“Manter essa situação de desigualdade dentro desta casa é cada vez mais aviltante. Não somos trabalhadores desqualificados escolhendo aqui o termo que foi usado pelo presidente, numa entrevista, para se referir a outros trabalhadores que não sejam magistrados”, expôs Fernanda citando a entrevista concedida pelo presidente, desembargador Fernando Torres Garcia, para o jornal O Globo defendendo o quinquênio das/os juízas/juízes. “Somos psicólogos, assistentes sociais, escreventes, oficiais de justiça, agentes, segurança. Diferenças salariais são aceitáveis, porém fossos salariais gigantescos, não são”, completou. “Os senhores que estão na Presidência hoje deixarão, de fato, um legado de respeito e de transformação da sociedade apenas se e quando romperem com esse pacto de manutenção da desigualdade”, finalizou.
Uma nova reunião deve ocorrer em junho para continuidade do diálogo.