Projeto de regionalização do Judiciário não considerou realidade das/os profissionais
A AASPSI Brasil, juntamente com o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Paraná (Sindijus-PR) e o Fórum de Assistentes Sociais e Psicólogas/os do Tribunal de Justiça do Paraná (Faspp-TJPR), assinou carta aberta elaborada pela equipe técnica à cúpula do Tribunal de Justiça do Paraná.
No documento, as/os profissionais colocam seu posicionamento acerca do projeto para criação de Grupos Regionais Gestores de Esquipe Multidisciplinar (GREGEM), que vem sendo implementada pelo Judiciário paranaense.
“Ao olhar, do ponto de vista técnico, para a proposta do projeto GREGEM, denota-se que ampliações demasiadas de territórios de abrangência para equipes multidisciplinares reduzidas – como é a realidade de profissionais de Serviço Social e Psicologia do TJ-PR – gerará severo prejuízo aos processos atendidos, especificamente no que se refere ao rigor teórico, técnico e ético dos documentos produzidos”, afirma o grupo.
O texto também aponta que os estudos realizados para o projeto do TJ apresentam graves equívocos com relação ao contingente populacional das comarcas e também da composição das equipes multidisciplinares do Serviço Social e da Psicologia. O projeto também não considera as particularidades regionais vivenciadas na atuação dos assistentes sociais e psicólogas/os. Por exemplo, atendimento às populações fronteiriças, aos povos indígenas e quilombolas, a população encarcerada, aos imigrantes, regiões que possuem alto índice de exploração sexual de crianças e adolescentes e de violência contra as mulheres, o que torna temerário o estabelecimento de metas e parâmetros gerais, que desconsiderem essas especificidades.

Apoio da Associação
O grupo procurou a AASPSI Brasil para expor a realidade que vem vivenciando e solicitar apoio da Associação. Já foram realizadas duas rodas de conversa com as/os profissionais.
Além da questão do projeto de regionalização, a equipe relatou a carga excessiva de trabalho, a cobrança de produtividade e os constantes casos de assédio moral que têm sofrido, o que tem levado as/os profissionais a adoecerem.
Durante nossas reuniões, conversamos sobre a possibilidade de um estudo sobre lotação paradigma com critérios mais realistas e que considerem as particularidades do Serviço Social e da Psicologia e dos casos atendidos em cada região. Também conversamos sobre saúde mental e como enfrentar o assédio moral institucional.
Nossas rodas de conversa são periódicas. Para participar, acompanhe as redes sociais da associação. Você também pode fazer seu cadastro no nosso mailing para receber nossas divulgações: cadastre-se aqui
Confira a integra da carta aberta:
CARTA ABERTA AO TJPR