Assistentes sociais vítimas da Covid-19

Profissionais perdem a vida ao permanecer na linha de frente em plena pandemia

Os últimos meses não têm sido nada fácil para a população brasileira. A pandemia por Covid-19 que tomou o mundo aqui se alastra com facilidade. A falta de orientação, o desgoverno e a briga de vaidades políticas dificultam o enfrentamento à crise instaurada diante das tristes consequências deixadas pelo rastro do vírus. A economia brasileira que já não andava bem agora está em frangalhos e sem rumo. A classe trabalhadora, mais uma vez, é a principal vitima da conjuntura difícil e de descaso.

Infelizmente, temos recebido notícias nos últimos dias de assistentes sociais e psicólogos que se tornaram vitimas trabalhando na linha de frente na batalha contra o vírus.

Esta semana recebemos a mensagem da Comissão de Assistentes Sociais Aprovados no Concurso do TJ-SP com a notícia do falecimento de duas colegas: Miriam Péres de Moura e Marlene Franco. Marlene trabalhava na Prefeitura de Ourinhos. Miriam era pesquisadora da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ambas aguardavam nomeação do Tribunal de Justiça, que suspendeu a nomeação dos aprovados, alegando falta de verbas e o limite de gastos com pessoal estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Se tivessem sido nomeadas, talvez a história das duas profissionais teria sido diferente.

Por meio do boletim informativo do Conselho Regional de Serviço Social do Paraná (Cress-PR), soubemos também dos óbitos de Odália Lima Borges, do Pará, Márcia Helena de Souza, de São Paulo e Joyce Rodrigues, da Paraíba.

Segundo o Sindicato de Assistentes Sociais do Estado do Pará, Odália atuava no CRAS Outeiro, em Belém (PA), e foi conselheira do CRESS-PA na gestão 2014-2017.  Márcia atuava no Centro de Referência e Treinamento DST/Aids, no  Ambulatório HIV e no acolhimento do Pronto Atendimento. Joyce faleceu em um hospital público de Santa Rita (PB). Tinha apenas 24 anos e estava grávida.

A assistente social Francisca Romana Souza Chaves foi a primeira vitima do Covid-19 no Tocantins. Ela era hipertensa e faleceu no dia 14 de abril. Atuava na Secretaria Municipal de Saúde de Palmas.

A AASPSI Brasil se solidariza com os familiares e amigos das vitimas e lamenta que assistentes sociais por todo o país tenham que permanecer em atividade sem a garantia salubre e com equipamentos de proteção individual  necessários em defesa de suas próprias vidas. Manifestamos nosso acordo com as ações de isolamento social, defendidas pelas autoridades sanitárias e de saúde internacionais e reconhecidas como soluções mais eficazes neste momento.

 

Sobre o(a) autor(a) Ana Carolina Rios

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), bacharel e licenciada em letras pela Universidade de São Paulo (USP). Assessora de Comunicação da AASPSI Brasil desde 2012.

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