Campinas e região, no Estado de São Paulo, também dizem não ao Depoimento Especial
O Tribunal de Justiça de São Paulo realizou um curso de capacitação compulsória sobre o Depoimento Especial nesta semana. Desta vez para assistentes sociais e psicólogos de Campinas e região. E mais uma vez se deparou com a resistência dos profissionais. A AASP Brasil, em conjunto com a Associação dos Assistentes Sociais e Psicólogos do TJ-SP (AASPTJ-SP) e os Conselhos Regionais de Psicologia e Serviço Social, organizou mais um ato contra as práticas de inquirição de crianças vítimas de violência, nesta quinta-feira (26/04), em frente ao Fórum de Campinas.
“Essa capacitação não diz respeito à nossa profissão. Quando fomos contratados não foi para isso. Quem deveria ser capacitado são os juízes e promotores ou a Segurança Pública, uma vez que o Depoimento Especial trata da inquirição da criança e do adolescente. Nós não fazemos inquirição”, alegou Fátima Zanoni Mastelini, segunda tesoureira da AASP Brasil, que informou que a Associação está estudando formas jurídicas de enfrentar a questão. “Estamos muito atentos aos abusos que estão ocorrendo das prerrogativas das nossas funções, pois de um lado temos os nossos conselhos que nos proíbe e nos dá esta retaguarda e do outro temos o nosso patrão que nos obriga. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.”
Veja fala completa de Fátima:
“Há muito tempo estamos olhando para esta situação, nos mobilizando e tentando entender o que está acontecendo e agora as coisas se aceleraram de forma que estamos sendo ameaçados. Mas não podemos nos render, temos que traçar nossas estratégias de enfrentamento e resistência”, expôs Marcia Merisse, representante do Conselho Regional de São Paulo (Cress-Sp). Jaciara Cristina da Silva, representando o Conselho Regional de Psicologia (CRP-SP) compartilha desta posição. “Seguiremos na luta contra mais esta forma de opressão”, disse.